terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

AS 20 LIÇÕES DO AGRONEGÓCIO PARA A RIO+20
 CAPRINOS
A menos de 100 quilômetros dali, em Riachão do Jacuípe, o pequeno produtor Abelmanto Carneiro, de 39 anos, garante sua produção de caprinos e ovinos com as cisternas obtidas pelo P1+2. Com elas, ele conseguiu não só desafiar a seca, como também fez bom proveito dela. Por preços bem inferiores, comprou 14 cabeças de produtores que se desfizeram dos animais por falta de alimento na seca. O novo rebanho, além das 40 cabeças que já criava, tem garantido ao produtor uma média de 7 litros de leite diariamente. “Comprei por R$ 300 cada cabra de leite, que custa R$ 1.200. Me preparei para isso”, conta. Para ampliar o rebanho num período crítico, Carneiro estocou 1,5 tonelada de alimento para os animais durante o último inverno. A dieta das cabras – composta por palhada de milho, farelo de palma, mandacaru desidratado, capim, sorgo e sementes – vem toda da propriedade.
Embora caprinos e ovinos sejam mais adaptáveis à seca em relação aos bovinos, a maioria dos produtores da região resiste em adotar as criações. A situação começa a mudar depois do trabalho de conscientização do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município, com auxílio da ONG Movimento de Organização Comunitária (MOC). “Mas ainda são menos de 50% dos produtores que criam. Estão começando a ver que a cultura gasta menos e se adapta melhor à seca”, afirma o presidente do sindicato, Renivaldo Miranda.
      Além das cisternas conquistadas via P1+2, Carneiro conta ainda com reservatórios de água que ele mesmo construiu. A propriedade de 10 hectares tem hoje capacidade para armazenar quase 1,9 milhão de litros de água. “E eu não penso em parar por aí”, revela.
       A chuva ainda não deu sinais de aparecer na região com força para reabastecer os reservatórios, mas o produtor já tem planos para a próxima estiagem. Quer aumentar a estrutura para estocar alimento animal para adquirir novas cabeças e está construindo outra para fazer o confinamento dos ovinos para abate. “Quando chove, a gente tem excesso de alimento que não consegue aproveitar”, explica.
      Quase metade do município vive da produção agropecuária – 14 mil dos 33 mil habitantes. Mas ainda são apenas 20 as cisternas calçadão construídas pelo P1+2 em Riachão do Jacuípe. A ousada meta de construção de 1 milhão de cisternas para consumo deve ser atingida até 2014, segundo previsão estipulada pela presidente Dilma Rousseff, com o apoio do programa Água para Todos. (Fonte Globo Rural)

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