segunda-feira, 10 de junho de 2013

FITOTERAPIA PLANTAS MEDICINAIS

As propriedades terapêuticas, mostradas pelo uso de seus chás, infusões, tinturas, xaropes, pós e compressas, são questionadas por muitos e aceitas por outro tanto. Cerca de 25% dos remédios alopáticos tradicionais – produzidos em grandes laboratórios e vendidos em farmácias – são obtidos a partir de substâncias vegetais; 60% dos remédios homeopáticos são provenientes de plantas e os restantes 40% provém de substâncias animais e de origem mineral.
Como um ser vivo, a planta sintetizada compostos químicos a partir da luz, dos nutrientes e da água que recebe; alguns desses compostos químicos provocam reações no organismo dos animais e no homem. Se a reação resulta na cura de uma doença ou, pelo menos, atenua seus sintomas, dizemos que a planta é medicinal; caso contrário, se o composto químico provoca intoxicação, consideramos a planta venenosa.
Uma mesma substância pode ter ação terapêutica ou ação tóxica, segundo sua dosagem de uso e de sua forma de preparo. Em qualquer das situações, o composto químico que provoca as reações é chamado de princípio ativo.


                                             PRINCÍPIOS ATIVOS
A maioria das plantas ditas medicinais contêm princípios ativos que se enquadram em seis classes – as principais – a saber:
- Alcalóides: agem sobre o sistema nervoso central e devem ser usados com cuidado. Como por exemplo cita-se a atropina (da Atropa belladona), morfina (da papoula Papaver semniferum). Os alcalóides são usados como analgésico e estimulantes.
- Glicosídeos: cardiotônicos: açúcares usados no tratamento de doenças cardíacas e encontrados em plantas do gênero Digitalis (dedaleira).
- Óleos essenciais: têm propriedades bactericidas, antiviróticas, 


cicatrizantes, analgésicas e relaxantes; são encontrados em plantas de odor marcante como a Valeriana (Valerian officinales), hortelã-pimenta (Mentha piperita), alfazema (Lavandula officinalis).
- Bioflavenóides: têm propriedades antiinflamáveis, reforçam a ação das vitaminas; como exemplo tem-se a artemetina (da erva-baleeira) Cordia (verbenácea) a rutina e a hesperedina (retirados do pólen do trigo sarraceno).Taninos: substâncias adstringentes muito usadas no curtimento de couro; os taninos gálicos são medicinais e têm propriedades cicatrizantes, antimicrobianas e antidiarréicas. Existindo na planta
- saboreada, o tanino dá a impressão que “trava” a boca, como é o caso da goiabeira, da romã e do barbatimão            
- Mucilagem: compostos viscosos de propriedades cicatrizantes, antiinflamatórias, laxativas, expectorantes e de proteção das mucosas. São encontradas na malva e na babosa.

Os teores dos princípios ativos produzidos pelas plantas não são estáveis e nem se distribuem de maneira homogênea em seus órgãos; princípios ativos podem ser encontrados em raízes, em rizomas (caules subterrâneos), caules, folhas, flores e sementes, e seu valor varia segundo a época do ano, variedade de solo, clima e onde vive a planta.Outrossim, uma mesma planta pode conter vários princípios ativos com aplicações diversas como a erva-baleeira, que contém bioflavonóides e óleos essenciais (pireno e mireno), atrativos para besouros, pragas de plantas.

UM EXEMPLO A CATUABA – sinônimo de árvore boa ou atualmente “fruto do amor”

Planta aromática, a catuaba apresenta três a quatro espécies que tiveram suas qualidades terapêuticas reconhecidas principalmente na Bahia ou em Minas Gerais, onde se propagaram de forma intensa. Seu nome significa “folha” ou “árvore boa”. Ficou reconhecida pelas suas propriedades tônicas, estimulantes e afrodisíacas. Além disso, suas folhas são diuréticas e estomáquicas, substituindo até mesmo a erva-mate. Muitas outras espécies de Catuaba ainda estão sendo estudadas.
Apesar de já estar sendo utilizada pela farmácia fitoterápica há pelo menos duas décadas, foi nos últimos 5 anos que a Catuaba tornou-se mais popular

quarta-feira, 5 de junho de 2013

05 / JUNHO / 2013 UMA REFLEXÃO SOBRE O AMBIENTE EM QUE VIVEMOS O MEIO AMBIENTE

Desenvolvimento SUSTENTÁVEL: o desafio da SOBREVIVÊNCIA

O Brasil e o mundo vem enfrentando nos últimos anos um grande número de tragédias ambientais, que geram milhares de mortes e prejuízos incalculáveis as economias e sociedades. As mudanças climáticas, a elevação dos mares, o aumento das inundações, secas e outros fenômenos naturais são o resultado da insustentabilidade do meio ambiente e na sociedade. Por isso compreender e implementar o conceito de desenvolvimento sustentável é fundamental e urgente. O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu a partir dos estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, no início da década de 1970, como uma resposta à preocupação da humanidade, diante da crise ambiental e social que se abateu sobre o mundo desde a segunda metade do século passado. Esse conceito, que procura conciliar a necessidade de desenvolvimento econômico da sociedade com a promoção do desenvolvimento social e com o respeito ao meio-ambiente, hoje é um tema indispensável na pauta de discussão das mais diversas organizações, e nos mais diferentes níveis de organização da sociedade, como nas discussões sobre o desenvolvimento dos municípios e das regiões, correntes no dia-a-dia de nossa sociedade.

Esse é um conceito central no mundo em que vivemos porque o sistema capitalista impõe um modelo civilizatório, com seus usos e costumes, marcado por uma visão utilitarista da natureza e pela falsa idéia de uma evolução sem limites e a ingênua crença na continuidade do progresso. O resultado disso têm sido uma destruição gigantesca do meio ambiente, do equilíbrio natural e verdadeira tragédia ambiental e social, marcada por enchentes, secas, efeito estufa, aquecimento global, extinção de animais, poluição e ameaça da extinção da vida na terra.

Hoje frente à globalização financeira que vem destruindo vorazmente o planeta em que vivemos, nunca foi tão necessária uma globalização dos movimentos sociais, que aponte para mudanças radicais que se estendam a vastos domínios, influenciando não apenas a economia e a sociedade como também o próprio meio ambiente e a vida na Terra. Nunca antes na humanidade foi tão necessário discutirmos a questão da sustentabilidade e de um modelo societário que permita nossa sobrevivência e assegure ela a gerações futuras. Nunca foi tão necessários um ambientalismo, com objetivos e demandas bem definidos e consciente da dimensão política dos mesmos, chamando a atenção para as conseqüências devastadoras que o desenvolvimento capitalista sem limites está provocando.

Precisamos romper as muralhas da cidadela econômica, e passar a questionar a suposta racionalidade econômica globalizante, o desenvolvimento industrial, o aumento da produção econômica sem limites e a própria idéia de desenvolvimento. Entre 1972 e 1974 o Clube de Roma, entidade formados por intelectuais e empresários europeus que não eram militantes ecologistas, estabeleceu a primeira iniciativa concreta que surgiu a partir das discussões a respeito da preservação dos recursos naturais do planeta Terra. Ele produziu os primeiros estudos científicos a respeito da preservação ambiental, que foram apresentados, e que relacionavam quatro grandes questões que deveriam ser solucionadas para que se alcançasse a sustentabilidade: controle do crescimento populacional, controle do crescimento industrial, insuficiência da produção de alimentos, e o esgotamento dos recursos naturais.

Após a publicação da obra “Os Limites do Crescimento”, pelo Clube de Roma em 1972, o conceito de preservação ambiental toma um grande impulso no debate mundial, atingindo o ponto culminante na Conferência das Nações Unidas de Estocolmo, naquele mesmo ano. A partir daí, desenvolvimento e meio ambiente passam a fundir-se no conceito de ecodesenvolvimento, que no início dos anos 80 foi suplantado pelo conceito de desenvolvimento sustentável, passando a ser adotado como expressão oficial nos documentos da ONU, UICN e WWF.

A idéia de um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI, compatibilizando a dimensão econômica, social e ambiental, surgiu para resolver, como ponto de partida no plano conceitual, o velho dilema entre crescimento econômico e redução da miséria, de um lado, e preservação ambiental de outro. O conflito vem arrastando-se por muitos anos, em hostilidade aberta entre o Movimento ambientalista e os empresários como seus agentes mais representativos. Enquanto os primeiros encaram o desenvolvimento econômico como naturalmente lesivo os segundos majoritariamente não agem em conformidade com a preservação ambiental.

Mas essa discussão não diz respeito apenas aos ambientalistas e empresários capitalistas, diz respeito à humanidade e a possibilidade dela sobreviver em longo prazo. A dimensão da sustentabilidade ambiental e social é inerente ao estabelecimento de limites ou restrições à persistência do desenvolvimento capitalista como ele é hoje e implica na ultrapassagem do econômico: não pela rejeição da eficiência econômica e nem pela abdicação do crescimento econômico, mas pela colocação dos mesmos a serviço de um novo projeto societário, onde a finalidade social esteja “justificada pelo postulado ético de solidariedade intrageracional e de equidade, materializada em um contrato social” (SACHS, 1995:26).

A abordagem do desenvolvimento social e ambiental sustentável será o grande desafio do século XXI e o desafio da sobrevivência humana e do meio ambiente, pois a discussão da sustentabilidade emerge de uma crise de esgotamento do planeta onde já são visíveis os resultados das regressões e as ameaças da continuidade da vida no planeta.

 Professor Paulo Henrique Costa Mattos.