sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Propriedade rural vira espaço de aprendizado no sertão da Bahia
Educação Ambiental e convivência com semiárido
[15.03.2006]

criança instalando a
 bomba malhação
Com invenção, criatividade e dedicação o agricultor familiar Abelmanto Carneiro de Oliveira, 34 anos, transformou sua propriedade de 10 hactares em milhares de hectares de cidadania, preservação ambiental e numa escola a céu aberto. Crianças e adolescentes da comunidade de Mucambo, em Riachão do Jacuípe, são os grandes experimentadores da inovação feita por Abel, como ele é conhecido.Toda segunda-feira Abel visita a escola municipal  que fica em Mucambo, para discutir as questões relativas ao campo com crianças e professores. Jéferson carneiro de oliveira, 12, estuda a 6ª série e afirma aprender muito com esta iniciativa voluntária do agricultor. “A gente aprende como se faz o reflorestamento, cultivar o solo curtir esterco, cuidar dos animais, artesanatos e muito mais”, concluiu. 


Agricultores da Africa do Sul conhecendo as tecnologias
 de irrgação desenvolvida pelo projeto vida do solo

Mas não fica por aí. No turno oposto ao da escola regular às crianças vão para roça. Diferente do que acontecia com freqüência na Região Sisaleira antes da implantação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), os meninos e meninas estudam, pesquisam e aprendem técnicas e tecnologias de convivência no semi-árido, através do Projeto Vida do Solo criado em 2004. 

Mesmo com dificuldades de financiamento de suas invenções Abel dá prosseguimento a cada nova idéia. E as crianças também contribuem com a realização. “É muito bom participar com ele [Abel]... ele tem muita paciência para nos ensinar”, informou Jéferson. 

Material reciclável vira bomba d’água, liquidificador manual, aquecedor de água micro asperssor e artesanato no próprio sítio. Outros materiais como plástico, papelão, vidro e alumínio são recolhidos na comunidade e vendidos. O dinheiro ajuda a manter as ações do projeto com lanche e almoço para as crianças, além de material de apoio para as atividades. 

“Temos que fazer um pouco de cada coisa , porque tem época que não dá para se produzir alimentos, mais dá para se fazer outras coisas como o artesanato. É isso que eu tento passar para as crianças e os agricultores que trabalho”, explicou Abelmanto. Na diversificada propriedade, ele também faz capacitações e encontros de troca de experiências entre 28 famílias do Projeto  na comunidade de Mucambo. Outro destaque da propriedade é o viveiro que possui 22 espécies de plantas nativas que estão quase em extinção, como a Barriguda - árvore da família das bombacáceas, de tronco grosso e ventrugo pela grade quantidade de água que o armazena.   

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