Seca no Nordeste em debate Dados da Rede
Mobilizadores
O Semiárido brasileiro está enfrentando a pior seca registrada nos últimos 50 anos. São 1.415 municípios afetados e mais de 9,5 milhões de pessoas atingidas.
Apesar da gravidade da situação, alguns especialistas dizem que a situação poderia ser pior, não fosse a rede de proteção social que inclui programas de transferência de renda dos governos federal e estaduais. Mas eles afirmam que, apesar disso, não é possível impedir que a economia dos municípios impactados entre em colapso durante períodos de longa estiagem.
Em matéria da Revista Isto É, de 24 de abril, o professor de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), Eraldo Matricardi, advertiu que “a falta de orientação à população é o principal obstáculo ao fim dos grandes transtornos por longos períodos de estiagem”. Ele defende que técnicas simples, como colocar garrafas enterradas para evitar a mortalidade das plantações, sejam ensinadas às populações para que possam conviver melhor com esses períodos de estiagem.
Diante da gravidade do quadro e da necessidade de se pensar soluções e alternativas que propiciem a convivência com a seca, neste espaço, diversos materiais que falam sobre as características da seca no Nordeste, as iniciativas governamentais e não governamentais que vêm sendo implantadas para enfrentar o problema e, principalmente, sobre as tecnologias sociais disponíveis, que precisam ser disseminadas
Pesquisa em conjunto da USP com a
Secretaria da Agricultura de Pernambuco revela que 17% das propriedades
rurais do sertão e do agreste nordestinos fecharam as porteiras por
causa da seca e 50% dependem de carro-pipa para conseguir água. Em
Pernambuco, por exemplo, o rebanho bovino foi reduzido a quase a metade:
de 2,1 milhões de cabeças de gado, 200 mil morreram, 300 mil foram
transferidas para outras regiões e 500 mil foram abatidas precocemente.
Para o professor de Engenharia Florestal
da Universidade de Brasília (UnB), Eraldo Matricardi, a falta de
orientação à população é o principal obstáculo ao fim dos grandes
transtornos por longos períodos de estiagem. Ele defende que técnicas
simples sejam ensinadas às populações para que possam conviver melhor
com esses períodos de estiagem. Para Eraldo, as políticas públicas de
desenvolvimento para a região devem considerar também o conhecimento
empírico do sertanejo e o fortalecimento das instituições de pesquisa
que atuam na região.Neste destaque, apresentamos a situação vivida pelo país atualmente, mostramos que, segundo as Nações Unidas, até 2030, quase metade da população mundial deverá viver em áreas com grande escassez de água; apontamos as medidas emergenciais que o governo anunciou para enfrentar a atual estiagem; relacionamos alternativas possíveis de convivência com a seca segundo alguns especialistas, além de iniciativas desenvolvidas por organizações sociais, e terminamos falando um pouco sobre as características da região Nordeste e da seca.